Relacionamento em Mídias Sociais: as empresas não precisam ter medo!

É muito comum vermos empresas que têm medo das mídias sociais. São empresas que temem perder o controle da sua comunicação, e não sabem como lidar com tanta gente falando – bem e mal – de seus produtos, serviços e processos.

Já sabemos que as empresas “estão” nas mídias sociais mesmo que não queiram: qualquer pessoa pode dizer o que pensa, independente se tem alguém ouvindo ou não. O que diferencia as empresas de vanguarda é a coragem para ouvir, e a percepção de que os resultados em mídias sociais são diferentes do que normalmente esperam. Obviamente, qualquer empresa visa o lucro. Porém, a informação, o engajamento, a construção de marca são tão importantes quanto, e podem levar, em médio e longo prazo, a resultados reais nas finanças.

Um case que gosto de apresentar é o de uma marca que inicialmente tinha medo da internet, mas hoje utiliza com maestria: a LEGO. A fabricante das queridas pecinhas coloridas odiava os fóruns cheios de adultos (freaks) que tinham paixão pelos seus brinquedos. Oras, “se o meu público-alvo são crianças, quem são esses loucos que dão tanto pitaco no meu negócio”?

Isso foi há mais de 10 anos, e os fóruns da rede pipocavam de gente discutindo sobre os lançamentos e as novas formas de montar os blocos coloridos. Tormod Askildsen, diretor da LEGO Community Development, já disse que não sabia como lidar com isso, que ficava preocupado com a grande variedade de informações que apareciam a todo momento. Era como se um muro invisível existisse: a empresa não aceitava ideias não-solicitadas, e ouvia um “não sei” quando perguntava às crianças sobre o que elas gostariam que a LEGO fizesse.
Então, em algum ponto, a LEGO percebeu que poderia se beneficiar. Criou suas próprias plataformas digitais, a fim não de trazer as discussões não para o seu controle, mas de estabelecer um diálogo franco e contínuo com seus fãs – de todas as idades. De uma cultura centrada na empresa, a LEGO passou a pensar em uma cultura centrada nos consumidores (opa! Vemos uma influência de Theodore Levitt –LINK-  aqui?).

Assim, seu público-alvo já não era formado somente por garotos de 7 a 12 anos. Nem seus produtos eram apenas bloquinhos coloridos. Saindo de uma miopia de marketing – LINK – para uma visão ampla, a LEGO percebeu que seu negócio são meios para desenvolver a criatividade.

Mas como ela passou de uma comunicação um-para-muitos para se tornar um exemplo de empresa que se relaciona com seus consumidores?

A LEGO entendeu que estabelecer relacionamento pessoal com fãs e ouvir pessoas que se importam com seus produtos são complementos importantes para os programas de pesquisa e desenvolvimento.

Por exemplo, o fórum dos “Embaixadores LEGO” possui 40 fãs de 19 a 65 anos, de 22 países. A comunicação com esse grupo é diária, e busca debater ideias e entender a percepção dos embaixadores sobre suas comunidades locais.

Já o grupo de “Profissionais Certificados LEGO” foi criado por entusiastas da marca, que regularmente organizam feiras e eventos. E a “First LEGO League” é um evento anual para inspirar crianças a aprenderem mais sobre ciência e tecnologia, construindo robôs de LEGO.
E finalmente, há o espaço Lego Cl!ck (LINK), “um pequeno lugar na internet dedicado à criatividade, à inovação e ao momento em que as ideias fazem ‘click’”. O site reúne posts, fotos, vídeos e tweets sobre conteúdos ligados à marca.

Ah sim: além dessas plataformas oficiais, a LEGO acompanha fóruns e blogs sobre a marca, estimulando a interação e o diálogo.

Está aí um exemplo de empresa “1.0” que passou a tirar proveito de tudo o que as mídias sociais podem trazer: criatividade, insights, pesquisa e fãs cada vez mais apaixonados, muito dispostos a colaborar. Só é preciso que alguém esteja disposto a ouvir. E isso a LEGO aprendeu a fazer.

1 comentários:

  1. Jorge Ramiro disse...

    A internet dá uma nova identidade para as estratégias de negócios. A partir de agora, tem de ser hábil em fazer campanhas de publicidade online. Agora, uma empresa de mídia não pode cobrir todas as áreas de trabalho. Se não, você tem que trabalhar com várias empresas. Nos, realizamos uma campanha para vender mais lentes, a campanha foi destinada a pessoas com miopia. Para isso, tivemos que contratar agências de marketing diversas.