Adolescentes Digitais

A Angústia

Hoje, durante a aula na pós-graduação, uma colega pediu a palavra para expressar uma genuína angústia frente ao volume imensurável de conteúdo e de formatos novos e de novas possibilidades que a web 2.0 nos traz. Ela não sabia o que fazer com tanta informação, e no fundo não queria ter que lidar com isso. Justo: até a recente chegada da web 2.0, nosso papel era simples. Nos acostumamos a simplesmente receber, e nunca tivemos efetivamente poder de influência sobre o que consumíamos.

As Escolhas

Agora temos que escolher. Através da internet, não recebemos mais um conteúdo mastigado, estudado e trabalhado para atender as nossas necessidades de consumo. E escolher, como todo adulto deve saber, implica em arcar com a conseqüência de nossas escolhas.
Chego então, ao ponto que queria. Penso que hoje todos somos adolescentes enquanto receptores. E ao avistarmos que a fase adulta se inicia, tememos o momento em que não teremos mais quem faça nossas escolhas e arque com as nossas conseqüências. Voilá, cara colega. Chegou o momento de nos tornamos receptores adultos. E, como o próprio processo de nos tornarmos adultos na vida real, este também nos causa dor e angústia.

O que fazer?

Diante disso, devemos repensar certas atitudes assustadas e afoitas que temos tomado diante desse processo. É preciso de fato nos tornar responsáveis por nosso consumo midiático, assumindo a bronca sobre o que escolhemos consumir.

Na web como na vida, negar o que o futuro nos reserva não vai adiá-lo. A saída é justamente nos prepararmos para ele. Como? Errando. E aprendendo com os nossos erros.

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